Limeira

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O vigor subterrâneo dos vestígios
É borrado por seus usos e declínios.

Morrem aos poucos, mas restam
têm seus rastros… têm suas larvas,
tem quem habita suas cascas.

O movimento do tempo nos arremessa
é mecanismo, máquina de destruição,
traça sua rota por essas terras,
crava sua miséria nas profundezas
ao redor de toda matéria obsoleta.

Num aterro forrado de desejos
A finitude sai à caça muito cedo.
Meu cadáver ainda tem reflexos,
assombrando aos urros os mais velhos
num alerta a infestação desses dejetos.

Com as raízes fincadas no inferno
não escapam nem o vidro e nem o ferro
da derradeira queda das coisas.
É o horror, que em todo lixo alguém conforta
Escancarado na paisagem de uma natureza morta.

Com as vísceras cobertas de barro
os derrotados sucumbem atormentados
E o futuro rói os seus resquícios.
Quer estragar o mundo todo,
quer rasgar nossa carne crua
pondo uns aos outros como sacrifícios.

Córrego que destrói, constrói e declina
sinto ruir a garganta que ainda grita
agarrada ao escárnio do vazio.
Vai berrar a dor de todas as vítimas,
ainda que não sobreviva
ao descaso da sua própria sina.

Na queda final das carcaças vazias,
gargantas e olhos despencam em agonia
lembrando-nos do medo da noite ser dia.
Na miséria mais profunda, a mercadoria
enterrará o mundo todo com sua língua
ao som dos ruídos dessa narrativa.