Piracicaba

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Após a queda de tantos sóis
num descompasso tosco de um animal,
mostrou aos céus como é infernal
o eco desesperado da tua voz.


Posto no mundo sem coisa alguma,
espalha-se por aí como lodo asqueroso
criou pra si a imagem de um monstro
pra não ser quisto sequer na penumbra.


Na improvável regressão infantil
de não pegar o cosmo com as próprias mãos
encarceram alguns poucos homens sãos
lançando-os dentro de um canil.

Tudo o que escapa tende a desaparecer.
Na variabilidade do meu autorretrato,
me ponho ao lado do morcego e do rato,
arruinando minhas chances de sobreviver.

Com os dois olhos fincados nessa esfera
alucino rapidamente numa vertigem severa
tentado pela luz e sua convulsão.
Alço voos mais altos num desespero
de deixar como herança meu próprio esqueleto
e dissipar minhas vísceras na combustão.

Na disputa de deus contra satã
em nome dos poucos anos vindouros
os que caem hoje vão morrer amanhã
cobertos por parasitas e agouros.

Perdido como as linhas de um intestino
num labirinto de dom uterino
sofro alucinações com minha imaginação.
Nos fios de uma trama condenada
fico à procura da forma atormentada
que me separa da absoluta escuridão.

Migrantes nessa contingência liminar
somos inquilinos de construções destruídas,
a expulsão do paraíso foi como uma descida
que fez toda carne humana soterrar.

Acordou e era pó, pensou que ia morrer
com as telhas despencadas e as janelas em chamas
no pesadelo dessa história alguém reclama
do sabor das larvas que havia pra comer.

O paradoxo cruel da sua calamidade
te aproxima da morte pela eternidade
até o dia que se transforme em entulho.
Encaramos no abismo nossa despedida
com as moscas festejando nas feridas
a decomposição que nos espera no futuro.